Débora Santos, mamãe de 3:
“Compreendo que existe uma pressão para ser uma mãe impecável, mesmo que digam o contrário. Há essa ideia de que uma mãe deve se dedicar completamente ao filho, deixando de lado seus próprios planos e se doando por completo à maternidade. No entanto, não acredito nisso. Para mim, ser uma boa mãe, o que busco, é também ser uma boa mulher, e para ser uma boa mulher, é preciso ser feliz e realizar-se não apenas profissionalmente, mas também pessoalmente.”
“Desde cedo, construí para mim mesma a ideia de ter outras necessidades além da maternidade. Quando colocamos apenas uma função como primordial para uma mulher, tiramos sua humanidade. Nós, mulheres, não somos apenas mães, somos seres humanos como qualquer outro, e iremos cometer erros, experimentar e testar. Às vezes, com os filhos, tomamos determinadas atitudes que percebemos mais tarde terem consequências.”
“No meu caso, tive minha filha Gabriela muito jovem, aos 23 anos, e percebo que em alguns aspectos errei na criação dela. Percebo que em alguns aspectos eu mimei ela, por exemplo. Agora, busco reparar esses erros e fazer diferente com meus outros filhos. Às vezes, percebo que a minha filha Anabela, por estar no meio, fica muito solta, independente demais, tudo ela faz sozinha, ela faz o café da manhã sozinha… Enfim, porque ser mãe não é ser uma entidade superpoderosa que sabe de tudo. Sou apenas uma mulher, Débora, e assim como aprendo a ser professora ou enfermeira, também aprendo a ser mãe.”
“Portanto, acho importante não ter uma visão romântica demais da maternidade, como discutimos anteriormente. Isso não é apenas bom para um grupo, mas especialmente para as mães. Não é saudável termos essa visão de que somos super-heroínas e guerreiras capazes de aguentar tudo. Todos nós temos nossas limitações.”
Texto extraído e adaptado da conversa com Débora Santos para o Ninho das Mães.