Mirian Soares, mamãe de 2:
“Na verdade, eu não me vejo como uma pessoa que sabe para onde está indo, em que direção. Só tenho procurado, ao longo dos anos, um espaço melhor em que me sinta mais à vontade para viver. Seja no trabalho, no que faço durante o meu dia, sabe? Quando eu era casada, não era feliz com aquela rotina. O que eu estava fazendo dos meus dias não me trazia satisfação pessoal. Hoje, tenho muitas dificuldades, muitas mesmo, com organização, leituras, trabalhos. Mas seguir em direção ao que é necessário para realizar tem valido a pena.”
“Muitas vezes, tenho medo de não ser o ideal para as crianças, entende? Mas superar esse medo e seguir em frente tem funcionado, e tem funcionado para a nossa relação também. No momento das dificuldades, nós nos sentamos, conversamos, choramos e fazemos o que precisa ser feito na hora. E depois desse momento, nosso vínculo fica mais estreito, sabe? Lutar pelos meus sonhos e não poupar meus filhos da nossa realidade concreta tem funcionado. Tanto para obter resultados, mesmo que sejam lentos, porque sou uma mãe solo. Não vou me formar no mesmo prazo, minhas notas não serão as melhores. Mas tem funcionado, e também para o nosso vínculo.”
“Eu escolhi me relacionar com meus filhos, meu foco principal são eles. Como eu comentei, não é como se olhasse para o rosto do bebê quando nasce e dissesse: ‘Filho, eu te amo.’ Mas todos os dias, quando vivemos essas coisas e depois olho para o meu filho, não é que eu olhe para ele e sinta um amor extremo o tempo todo. Não, às vezes também sinto raiva, sabe? Às vezes, tenho raiva. Mas naquele momento em que olho para ele e digo: ‘Cara, olha quanta luta, olha como caminhamos.’ A questão é essa, olha quanto caminhamos. E olha como os passos são curtos, mas olha como estamos caminhando, sabe? E é junto, literalmente uma mãe com um filho numa mão, no braço, outro na outra. Porque não solto, essa é a mão que não solto, sabe?”
Texto extraído e adaptado da conversa com Mirian Soares para o Ninho das Mães.