Giorgia Nascimento, mamãe de 1:
“Eu acho importante ocupar os espaços com as nossas crianças e eu faço questão de sempre estar nos lugares com elas. Então, de levá-las para as minhas atividades acadêmicas, já levei para reunião de orientação, já levei para defesa de mestrado. Como eu falei, já levei para aulas, palestras, mesas, atividades e também outros lugares, como shows. Depende da faixa etária, mas quando é um espaço apropriado para criança, eu levo.”
“Eu acho importante porque esses espaços não costumam ter mães presentes. Eles são muito escassos, então é uma maneira também de visibilizar que essa maternidade existe, de tirar isso do âmbito do universo privado. Desvincular também a ideia da maternidade de uma certa noção de cárcere, porque não é isso. Não precisa ser sobre isso. A maternidade pode ser muito mais.”
“Quando eu e minha vizinha combinamos de ter um momento de terapia para nós, sentamos na esquina, chegamos da creche, compramos um salgadinho para as crianças. Eu não gosto muito de salgadinhos para minha filha, mas naquele dia eu dou, porque vou tomar meu copo de cerveja e minha filha vai tomar seu sorvete. Eu converso com minha amiga, ela conversa com o amiguinho dela, brinca com ele ali. É o nosso momento, e as pessoas que passam pela rua nos veem fazendo isso no final da tarde.”
“Acho que esse exemplo das crianças nos vendo socializando dessa maneira cria uma percepção sobre a própria mãe e sobre a figura da mulher. É uma reflexão sobre que mulher minha filha vai ser. Eu não quero impor todos os meus anseios para ela, mas ao mesmo tempo gostaria que ela fosse uma mulher com autenticidade, consciência e que se apropriasse das situações e das possibilidades para ser o que ela quiser, no espaço que ela quiser.”
Texto extraído e adaptado da conversa com Giorgia Nascimento para o Ninho das Mães.