Paula S. Alencar, mamãe de 2:
“A gente se preocupa com a alimentação. Sempre me preocupei porque sempre trabalhei voltada para a saúde, mas a minha alimentação mudou radicalmente mesmo e tomou o rumo certo depois da introdução alimentar do meu mais velho. Então assim, até dois anos nada de açúcar, o meu mais velho ficou até dois e pouco sem açúcar. Ah, mas ele gosta? Gosta! Ele ama doce, ele gosta de brigadeiro, ele gosta de bolo, ele gosta dessas coisas, mas em casa ele já sabe que isso é eventual, é esporádico, não entram coisas industrializadas em casa, eu leio o rótulo das coisas. Come como uma criança de cinco anos que tem seletividade alimentar. Se eu falar que ele, o que eu colocar na frente dele, ele vai comer, é mentira! Tem coisas que ele não gosta, como eu tenho, coisas que eu não gosto e todas as pessoas têm.”
“Eu tento respeitar trazendo ele para uma consciência de saúde, então ele já sabe o que é importante, ele já consegue identificar que, eu já explico pra ele que hoje a obesidade é uma doença, que a gente precisa cuidar disso, o prato precisa ser colorido, não tem como comer doce todos os dias, ninguém fica saudável assim. Então assim, essa consciência eu trago pra ele, ele sabe disso, mas gosta de doce. E tem dia que não quer comer, ele não quer comer, não tem o que fazer. Já briguei muito por isso, já achei que o caminho era o oposto, mas hoje tá ok, o meu mais novo come quase de tudo, come coisas que outras crianças não comem, um iogurte natural sem açúcar, ele adora. Então assim, tem o paladar desviciado do açúcar.”
Bárbara Longui, mamãe de 2:
“Até a rotina também é importante para a aceitação da alimentação, então quando a gente começa com a introdução alimentar, o que é recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria é que a criança receba o leitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e com seis meses a gente começa a introdução alimentar. Ou as crianças que estão recebendo fórmula e leite materno ou sua fórmula independente é a introdução alimentar a partir dos seis anos, salvo em algumas outras indicações. Mas então, a introdução alimentar a partir dos seis meses, tem criança que vai de primeira e aceita super bem a alimentação, outras são mais seletivas, outras não aceitam.”
“Então a rotina é muito importante. Então aquela hora é a hora da fruta, e aí é a hora da fruta, entendeu? Não é que se ela não aceitou a fruta, eu já vou dar o leite. Aí as mães falam, ‘mas eu vou deixar meu filho com fome’. Não é que você vai deixar seu filho com fome, se é o horário da fruta, ele não comeu a fruta e ele sabe que se ele não aceita a fruta, ele vai ter o leite, muitas vezes ele não vai querer a fruta. Então você não vai deixar ele com fome muito tempo, mas você vai deixar um pouquinho, você vai deixar ele um pouquinho e aí depois você dá, entendeu? Então essa espera para ele ver que se ele não comer, ele vai sentir um pouquinho de fome. A gente precisa ser persistente, porque se você desistir na primeira, daí a criança toma conta, né? Então é importante que os pais estabeleçam os limites e façam essa rotina.”
“Depois dos seis meses, o leite materno ou a fórmula já não é mais suficiente. É claro que você vai continuar oferecendo, mas vai reduzir bastante o número das mamadas e começar com a introdução alimentar, a criança já começa a precisar de outros nutrientes.”
Texto extraído e adaptado da conversa com Paula S. Alencar e Bárbara Longui para o Ninho das Mães.