Bárbara Longui, mamãe de 2:
“Sim, a rotina é muito importante, tanto as crianças se beneficiam, ficam mais calmas, quanto os pais ficam mais calmos também, porque eles sabem o que esperar do bebê naquele horário. Então é um horário que geralmente a criança está habituada a mamar, ou é um horário que a criança está habituada a dormir. Você sabe o que esperar, o que ele provavelmente tá sentindo, e eles ficam mais calmos. Por isso que tem criança que na escola dorme super bem, mas em casa, não. Na escola tem uma rotina, todo dia naquela hora come, todo dia naquela hora descansa, toma banho… e aí eles se beneficiam muito.”
“Então, a criança bem de bebezinho, desde menor, ela tem um grande benefício com a rotina de horário. Então, banho sempre no mesmo horário, horário do sono… é super difícil ter uma rotina, é super difícil ser igual todos os dias. Tem imprevistos, né, os imprevistos e os acasos da vida então aí e pegam uma mãe de surpresa, seja uma visita, seja algum problema que dá na casa, algum familiar, alguma coisa. Então assim, diante dos imprevistos é claro que é difícil, mas tentar seguir uma rotina parecida todos os dias ajuda muito, os bebês ficam mais calmos.”
“E depois… conforme a criança vai crescendo, essa rotina vai tendo também o benefício dela. É importante que a criança durma, que ela descanse, que ela durma cedo. Ficar no eletrônico desde bebê, não, não pode ficar no eletrônico até dormir. Isso requer que os pais estejam dispostos, porque é cansativo. Também requer uma calma que às vezes você tem que respirar e continuar tentando, que não é fácil.”
“Então esse problema do sono, outra coisa que é importante. A noite é escuro, a noite é para dormir. Pode até ter um ponto de luz ou outro, mas a noite é escura. E durante o dia é claro, não precisa ficar com a claridade em cima da criança, mas é um ambiente mais claro, não precisa fechar todas as cortinas, blackout, nada, né. Isso também é importante para o ciclo do sono.”
“A rotina também é importante para a aceitação da alimentação. Então quando a gente começa com a introdução alimentar, né… o que é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria é que a criança receba aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, e com seis meses a gente começa a introdução alimentar. Ou as crianças que estão recebendo fórmula e leite materno, ou só fórmula, independente, é para fazer a introdução alimentar a partir dos seis meses, salvo em algumas outras indicações. Mas então… a introdução alimentar a partir dos seis meses, tem criança que vai de primeira e aceita super bem alimentação. Outras são mais seletivas, outras não aceitam…”
“Então a rotina é muito importante. Aquela hora é a hora da fruta. É pra ser a hora da fruta, entendeu? Não é que se ela não aceitou a fruta eu já vou dar o leite. Aí as mães falam: ‘mas eu vou deixar meu filho com fome?’. Não é que você vai deixar seu filho com fome. Esse é o horário da fruta, ele não comeu a fruta, e ele sabe que se ele não aceita a fruta, ele vai ter o leite, muitas vezes ele não vai querer a fruta. Você não vai deixar ele com fome por muito tempo, mas vai deixar um pouquinho. Você vai deixar ele um pouquinho com fome e aí depois você dá, entendeu? Essa espera para ele ver que se ele não comer ele vai sentir um pouquinho de fome. A gente precisa ser persistente, porque se você desistir na primeira, daí a criança toma conta, né? É importante que os pais estabeleçam os limites e façam essa rotina. A gente fala: o prazer a curto prazo gera dor a longo prazo, né? Então você vai dar e ele não aceita. Então já dou o leite, ele não come, ele só toma leite, aí gera dor a longo prazo, que essa criança pode evoluir com anemia, deficiência de vitaminas…”
“Depois dos 6 meses… o leite materno ou a fórmula já não é mais suficiente, é claro que você vai continuando e oferecendo, mas vai reduzir bastante o número das mamadas, e começar com a introdução alimentar. A criança já começa a precisar de outros nutrientes.”
Texto extraído e adaptado da conversa com Bárbara Longui para o Ninho das Mães.